Annabel e Sarah - resenha

Publicado no ano passado pela Editora Draco, Annabel e Sarah, o livro de estréia de Jim Anotsu, causou alguma confusão no fandom que achou tratar-se de uma publicação estrangeira, devido ao nome do autor.


Foi muito divertido ver a cara das pessoas ao se depararem com esta chic lit de extrema qualidade e descobrirem que se tratava de uma obra genuinamente nacional que não devia nada aos lançamentos estrangeiros.

Do que fala o livro? Basicamente, a busca de Annabel por sua irmã, Sarah, após ser sequestrada para dentro da televisão. A partir deste evento somos apresentados a uma série de personagens carismáticos, situações engraçadas e tristes, mortes e conquistas.

Infanto juvenil puro, Jim não abusa de violência para mostrar a crueldade de seu mundo, mas também não o torna "infantilóide", muito pelo contrário, há carisma em cada criatura, embaraço, referências a estilos musicais e toda a geração de escritores beatniks. Infelizmente, algumas destas referências podem se perder, no caso de leitores desavisados ou muito jovens. Mas, até aí, o livro também pode incentivar a garotada a conhecer estas obras.

Annabel e Sarah se encaixa na lista de "livros que eu gostaria de ter escrito", por sua leveza e simpatia. A capa é fabulosa, a diagramação dispensa comentários e algo que chama a atenção: alterância de cores nas páginas, foi uma sacada genial.

Sem se deixar escravizar pela tradição: livro no Brasil tem que se passar no Brasil, Jim conseguiu escrever uma obra "inglesa" que agradará a todos, sem ficar pedante ou artificial.

Digno de prêmios, Annabel e Sarah seria um páreo duro num Jabuti, se nossa academia não fosse viciada, e estivéssemos cegos literariamente.

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